Estou às vésperas de completar 35 anos de vida. Deitado aqui em casa, ouvindo Legião Urbana, percebo como pouca coisa mudou desde os meus 12 anos. Não estou falando de minha vida, refiro-me a minha cabeça, meus pensamentos, sobretudo meus medos. Lá se vão 23 anos de longas meditações, de busca por conquistar coisas, de tentar ser bom e justo para com todos, independente se são, ou não, meus amigos.
Sempre fui assim. Meio solitário, meio perdido em meus pensamentos, só nunca fui indeciso, sempre soube o que queria. Mas é muito difícil envelhecer. Pelo menos é o que penso, não sou como a maioria que vivem suas vidas como se elas fossem para sempre, se bem que estou no lucro, pois eu acreditava que morreria antes dos 23.
Estou vivendo a melhor fase de minha vida, pela primeira vez plenamente feliz. A música me faz falta, admito, mas não é nada que eu não possa controlar, deixei ela de lado por um tempo, uma escolha consciente e por amor, nunca disse adeus com relação à ela. Ė bem verdade que estou ficando cada vez mais ranzinza, não me misturo mais com todo tipo de gente, me falta paciência para conversar com algumas pessoas, sobretudo as fúteis, essas, aos poucos afasto de meu convívio, meu tempo agora tem que ser melhor aproveitado.
Muitas coisas que eu sonhava, não conquistei. Também estou no lucro nesta, pois conquistei coisas que jamais pensei em sonhar. Tenho muitas histórias boas de mim mesmo para contar ao meu filho, outras nem tanto, mas são minhas, só minhas, e não de quem quiser. Estou na metade do caminho de minha existência e peço a Deus todos os dias para me dar mais tempo. Há muito, vivo um dia de cada vez, agora chega, estou começando a planejar...
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